O luto carrega em si a dor, viver é estar em constante luto e elaboração do mesmo. Essa elaboração é a ponte que nos leva da dor ao prazer.
Luto é aprendizagem, é experiência. O luto nos torna humanos, que sabemos, somos mortais. Portanto, a morte é nossa fiel amiga e não podemos fugir dessa fidelidade. Ela pode ser ludibriada, ser postergada, atrasada, mas nunca deixará de vir ao nosso encontro, como disse ela é fiel e cumpre o que promete, cedo ou tarde.
Ela nunca deixa de estar presente, para nos mostrar como num espelho, nosso corpo a todo tempo desnudado pelo real. O real é a própria morte, são as perdas, os fracassos, as decepções, as frustrações, as amputações do desejo. Entretanto, o real nos pega mesmo a contra gosto, e por vezes nos mostra exatamente o contrário, que tudo tem um fim, que tudo isso não passa de um conto de fadas. O castelo de cartas cai por terra. Dor, sofrimento, luto.
A elaboração do luto é a aceitação da realidade tal como ela é, nua e crua. É aprender a viver com a ausência, com uma perda, buscando algo novo que nos vá preencher. Nunca é claro, o mesmo preenchimento, apenas um novo. O luto é da morte, não da vida. O que morre são partes de nós, o todo continua vivo. Assim como, a cada dia milhares de células morrem em nosso corpo, porém, milhares nascem para manter o todo nas melhores condições possíveis, e pelo maior tempo possível.
(Odair José Comin )
Thyara, força!
ResponderExcluirObrigado pelo recado no site. Repasso pra ti este texto muito bonito que li hoje e que me enche de esperança quanto a nossa passagem neste mundo.
bjs
Bruno
No ventre de uma mulher grávida estavam duas criaturas conversando
quando uma perguntou à outra:
- Você acredita em vida após o nascimento?
A resposta foi imediata:
- Certamente! Algo tem que haver após o nascimento. Talvez
estejamos aqui principalmente porque precisamos nos preparar para
o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento! Como seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui.
Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É
totalmente ridículo! O cordão umbilical é o que nos alimenta. Eu digo
somente uma coisa: a vida após o nascimento é uma hipótese
definitivamente excluída – o cordão umbilical é muito curto.
- Na verdade, creio que certamente haverá algo. Talvez seja apenas
um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém veio de lá, ninguém voltou depois do nascimento. O parto
apenas encerra a vida. Vida que, no fim das contas, é nada mais do que
uma angústia prolongada nesta absoluta escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas,
com certeza, veremos mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente estaria?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem
ela tudo isso não existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi mamãe alguma, o que comprova que
mamãe não existe!
- Bem, mas, às vezes, quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la
cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Sabe? Eu penso, então,
que a vida real só nos espera e que, agora, apenas estamos nos
preparando para ela...
Bruno querido, muitíssimo obrigada pela mensagem, realmente enche de esperanças os nossos corações tão apertados de saudade... beijos e fica com Deus...
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